quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Terreiro de Jauá vence um dos editais do IPAC

Fonte: Plug Cultura – Secretaria de Cultura do Estado da Bahia
Patrimônio Cultural pelo IPAC desde 2006, o Terreiro de Jauá tem projeto de obras selecionado em edital do Instituto que contempla a restauração de bens imóveis tombados na Bahia
Conhecido popularmente como Terreiro de Jauá, e na nação angola chamado de Manso Kilembekweta Lemba Furaman, esse espaço sagrado de matriz cultural africana localizado no município de Camaçari, foi um dos vencedores do Edital do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), que prevê a restauração e preservação dos bens imóveis tombados no Estado da Bahia.
A política de editais do IPAC, autarquia da secretaria estadual de Cultura (SecultBA), visa apoiar propostas da sociedade civil para a salvaguarda dos patrimônios culturais da Bahia e já aprovou 24 projetos no período de dois anos, entre 2008 e 2010, totalizando mais de R$ 2,2 milhões investidos. Os editais são complementados com obras de restauração que o IPAC realiza beneficiando bens culturais edificados da Bahia. De 2007 até agora (2010), o IPAC gerenciou obras com dotação orçamentária total de aproximadamente R$ 70 milhões por todo o estado, principalmente, no Centro Histórico de Salvador, Cachoeira e Lençóis.
Outros projetos selecionados nessa edição de editais do IPAC foram a restauração da casa nº52 da Rua do Passo para instalação da Casa de Castro Alves, no Centro Histórico de Salvador, a restauração do Engenho Santo Antônio do Camuciatá para o Museu do Nordeste Barão de Jeremoabo, no município de Itapicurú, e a restauração do Teatro Genésio Salles na cidade de Cipó. A iniciativa é inédita e histórica já que em 40 anos o Governo da Bahia nunca havia lançado editais de Patrimônio Cultural abertos à AMPLA participação da sociedade civil. Orientações técnicas, tombamentos e registros de bens culturais – materiais ou imateriais – exposições, seminários, fóruns, encontros e oficinas complementam as ações do IPAC.
O Terreiro de Jauá (http://www.terreirodejaua-ba.kit.net/) foi fundado em 1967 na cidade de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, por Laércio Sacramento. Em 1993 o terreiro é transferido para a Bahia e em 2006 tombado pelo Estado através do IPAC. A Associação Beneficente Casa de Oxalá (Assobeco) foi Proponente do projeto e segundo a responsável, Jozelma Souza, o terreiro passava por dificuldades estruturais quando se inscreveu. “O local sagrado e os alojamentos sofriam com infiltração e precisam de reformas”, relata Jozelma.
A seleção foi realizada por comissão integrada pelos arquitetos Griselda Klüppel, Silvia Pimenta e Maurício Chagas. Dentre os critérios o que mais influenciou para a escolha do Terreiro de Jauá – que recebeu R$ 149, 9 mil – estão o valor cultural, a importância do imóvel, uso previsto e qualidade do projeto. “Ao sabermos da escolha, a alegria foi imensa”, diz Jozelma. O terreiro oferece cursos de pintura em tecido, inglês, informática, trabalhos em cipó, além dos projetos Roupas de Sinhá e Família Artesão.
Através do IPAC, o Estado já tombou os terreiros Pilão de Prata, Ilê Axé Oxumaré, Ilê Axé Ibá Ogum, Ilê Axé Kalé Bokum, Mokambo Onzo Nguzo Za Nkisi Dandalunda Ye Tempo e Tumba Jançara, em Salvador. Em Lauro de Freitas foram tombados São Jorge Filho da Goméia, Ilê Axé Opô Aganju e Ilê Axé Ajagunã. Em Maragojipe o Ilê Axé Alabaxé, e em Cachoeira o Rumpame Ayono Runtógoli. Os resultados dos editais são publicados nos sites www.cultura.ba.gov.br e www.ipac.ba.gov.br. Mais informações, através do endereço eletrônico editais@ipac.ba.gov.br e telefones (71) 3117- 6491 ou 3117-6492.

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