sábado, 14 de maio de 2011

IPAC retoma Projeto "Visitas Guiadas 2011"

Propiciar visitas guiadas e gratuitas para alunos, professores, pesquisadores e turistas a monumentos que estiverem sendo restaurados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA).
Este foi o projeto Visitas Guiadas, que começou no ano passado (2010) e foi sucesso de público desenvolvido durante as obras de restauro, através do IPAC, das igrejas do Boqueirão, Pilar e Rosário dos Pretos, além da Casa das Sete Mortes, todos localizados na área tombada pela União do Centro Histórico de Salvador (CHS).
“O projeto atende exigências prioritárias do governo estadual que garantem transparência para investimentos em obras públicas e verificação da utilização dos recursos, além de promover a educação patrimonial ensinando a todos a riqueza arquitetônico-histórica que dispomos na nossa capital”, explica o diretor geral do IPAC Frederico Mendonça. Ele destaca que qualquer interessado pode participar desde que faça agendamento através do endereço eletrônico museologia.fpc@gmail.com e telefones (71) 3117-6492 e 3117-6492.
O projeto Visitas Guiadas do IPAC está sendo retomado agora no Palácio Rio Branco, restaurado pelo instituto ao custo de R$7,3 milhões e entregue pelo então presidente Lula, ministros e governador Jaques Wagner em junho no ano passado (2010). Os recursos foram do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste do Ministério do Turismo, via secretaria estadual do Turismo, e do Banco do Nordeste, com a contrapartida do governo baiano.
“O Rio Branco tem fachada eclética, refinado interior em estilo do período belle époque e está construído a 70 metros de altura do nível do mar, acima da Baía de Todos os Santos, no mesmo local onde Tomé de Souza edificou, a partir de 1549, a primeira casa governamental do Brasil e, por isso, esse prédio é tão emblemático para ser mais visitado e conhecido”, diz Mendonça.
Pisos em mármore xadrez, escadarias em vidro aramado, tapetes vermelhos, pinturas parietais, símbolos da república em relevo e extensa estatuária complementam os detalhes internos. “O projeto foi arquiteto italiano Júlio Conti e a concepção de interiores de Filinto Santoro, da Real Universidade de Nápoles”, conta o diretor do IPAC.
O projeto Visitas Guiadas do IPAC funciona com seis monitores treinados por especialistas, estudantes graduandos dos cursos de história, museologia, turismo, arquitetura e artes plásticas. Os dias para visitação vão de terça até sexta-feira, das 10h às 18h, sendo que aos sábados e domingos ocorre das 9h às 13h. Os interessados devem procurar o Memorial dos Governadores no palácio, que é administrado pela Fundação Pedro Calmon também integrante da SecultBA, ou o coordenador do projeto no IPAC, o historiador Igor Souza, através dos telefones 3117-6491.
A iniciativa visa difundir o patrimônio e aproximar a população do monumento, tornando-o mais apreciado para sensibilizar baianos e turistas para a conservação de monumentos. As visitas acontecem com até 30 pessoas. O imóvel está inserido no Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico do CHS, tombado em 1959 pela União, é vizinho do Paço Municipal de Salvador, tombado pelo IPAC em 1984, e do Elevador Lacerda,tombado pela União em 2009. A atual edificação foi construída em 1919, depois de um incêndio, após bombardeio em 1912 a mando do então presidente Hermes da Fonseca. Reerguido, recebeu o nome em homenagem a um dos maiores estadistas brasileiros, o Barão do Rio Branco.

Cronologia:
1549 – No local foi construído, pelo primeiro Governador-Geral do Brasil, Thomé de Souza, em meados do século XVI, a primeira edificação em taipa de pilão.
1663 – Por ordem do Rei D. Afonso VI, foi construído edifício em pedra e cal, para ocupação do Governador-Geral Francisco Barreto de Menezes.
1890 – Foi totalmente demolido, por ordem de Manuel Victorino Pereira, primeiro Governador Republicano da Bahia.
1900 – Reconstruído em estilo neo-renascentista.
1912 – Bombardeado por tiros disparados do Forte de São Marcelo.
1919 – Reconstruído em estilo pré-modernista (eclético)
1924 – Sofreu obras de conservação e adaptação para o Gabinete do Governador Góes Calmon.
1935 – Foram feitas obras de conservação e se adquiriu o mobiliário do Salão Nobre.
1949 – Ampliado, com a introdução de estrutura em concreto armado e pintura geral.
1979 – O Gabinete da Prefeitura Municipal de Salvador passou a ocupar o Palácio.
1980 – Novas reformas foram executadas com a introdução de mezanino em estrutura metálica.
1983 – Abrigou a BAHIATURSA, por um período de dez anos, sofrendo grande reforma.
1986 – Inauguração da Fundação Pedro Calmon e Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia.
1991 – Abrigou a Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB.
2008/2010 – Foi elaborado projeto de restauro e início das obras (julho 2009 – junho 2010), fiscalizadas pelo IPAC.

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